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A Sombra que Habita em Mim
O cheiro do mar, salgado e persistente, se mistura ao doce da pitanga madura. É o que me ancora. Na Ilha dos Sonhos, esse aroma é o único fio que ainda me liga ao mundo. Às vezes, o vento traz também o cheiro de café fresco, e Lucio se lembra da cozinha da infância, da mãe cantando baixinho enquanto mexia a colher de pau.

Silvia Rocha
4 de out.3 min de leitura


Entre o Labirinto da Mente e o Abraço da Ilha
A brisa da manhã traz o cheiro de maresia e bolo de fubá. É estranho como certas lembranças chegam assim, sem aviso, como fantasmas gentis. O cheiro me leva a uma cozinha que talvez tenha existido, talvez não. Um riso infantil ecoa, mas não sei se é meu. A areia sob meus pés parece me reconhecer. Piso nela como quem retorna a um lugar que nunca deixou.

Silvia Rocha
4 de out.2 min de leitura


O Corvo, a Sereia e a Ilha do Silêncio
Hoje acordei com gosto amargo na boca. Não sei se foi o vinho barato ou o sonho que tive. Sonhei com a
Diário Coletivo é um espaço onde personagens ganham voz para contar suas vivências, dores, descobertas e transformações. Cada relato é uma janela para o mundo interno de alguém — real ou simbólico — que atravessa emoções humanas universais. Aqui, a psicologia se encontra com a narrativa, revelando que, embora únicos, somos feitos da mesma matéria sensível: histórias que me

Silvia Rocha
4 de out.3 min de leitura


O Gosto Doce da Lágrima
Hoje acordei com gosto de lágrima na boca. Era doce. Como se o afeto tivesse dormido comigo e deixado um rastro nos lábios. O sol entrou pela fresta da janela como quem pede licença. Me levantei devagar, com o corpo pedindo desculpas por existir. A pele arde, os pés doem, e o espelho já não me reconhece. Mas ainda sou eu. Ou o que sobrou de mim.
A Ilha da Ternura Esquecida me conhece. No começo, eu só passava. Depois, comecei a ficar. Hoje, sou parte da paisagem.

Silvia Rocha
4 de out.3 min de leitura


O Som da Porcelana Quebrada
Hoje o dia chegou com cheiro de fel. Acordei com o gosto de um ontem ainda guardado na boca — amargo, como café esquecido no bule. A luz entrou pela fresta da veneziana, tímida, como quem sabe que não é bem-vinda. Meus pés tocaram o chão da casa e senti a frieza da Ilha da Pedreira, como se ela tivesse se instalado dentro de mim.

Silvia Rocha
4 de out.2 min de leitura


Quando o Corpo Dói, Mas a Alma Canta
Hoje o vento me acordou com cheiro de maresia e lembrança. As dores vieram junto, como quem bate à porta sem ser convidado: ombro, joelho, coluna — todos querendo conversar. Mas eu não discuto com o tempo. Ele fala, eu escuto. Faço café, visto minha camisa mais elegante e saio. O céu está cor de festa, azul com pontinhos dourados. A bicicleta me espera como uma velha amante: elétrica, fiel, charmosa. Subo nela como quem sobe num palco.

Silvia Rocha
4 de out.3 min de leitura


Filme "O Brutalista": Reconstruindo Vínculos e Identidade em Meio ao Concreto
Em um mundo marcado por deslocamentos, rupturas e pela constante necessidade de reinvenção, a busca por identidade e pertencimento se torna uma jornada universal. O cinema, como espelho da condição humana, frequentemente nos oferece narrativas que exploram as profundezas da psique em meio a cenários de adversidade. O filme O Brutalista (2024), de Brady Corbet, emerge como uma poderosa metáfora visual e emocional sobre a reconstrução do self e dos vínculos familiares após a ex

Silvia Rocha
3 de out.9 min de leitura


Filme "As Horas": Um Mergulho nas Profundezas da Alma Feminina
O filme "As Horas" (2002), dirigido por Stephen Daldry, é uma obra cinematográfica que mergulha nas complexidades da existência humana, especialmente no universo feminino. Inspirado no romance homônimo de Michael Cunningham, que por sua vez é uma homenagem a "Mrs. Dalloway" de Virginia Woolf, o filme entrelaça as vidas de três mulheres em diferentes épocas: Virginia Woolf (Nicole Kidman) em 1923, enquanto escreve seu célebre romance.

Silvia Rocha
30 de set.7 min de leitura
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