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Terapia de Casal: 5 Mitos que Impedem os Casais de Buscar Ajuda

Por: Silvia Rocha


"E viveram felizes para sempre." Esta frase, retirada diretamente dos contos de fadas, representa o desejo de muitos casais. No entanto, a realidade dos relacionamentos é tecida com desafios, conflitos e a necessidade constante de adaptação. A felicidade a dois, ao contrário do que se possa pensar, não é um destino, mas uma construção diária. E, nesse processo, a terapia de casal surge como uma ferramenta poderosa para o crescimento e a reconexão.

 

Contudo, muitos casais hesitam em procurar ajuda devido a uma série de mitos e estigmas que cercam a terapia. Essas crenças limitantes, muitas vezes enraizadas em desinformação, podem prolongar o sofrimento e adiar a busca por soluções saudáveis. Neste artigo, vamos desmistificar cinco dos mitos mais comuns que impedem os casais de dar esse passo tão importante.


"E viveram felizes para sempre." Esta frase, retirada diretamente dos contos de fadas, representa o desejo de muitos casais. No entanto, a realidade dos relacionamentos é tecida com desafios, conflitos e a necessidade constante de adaptação.
"E viveram felizes para sempre." Esta frase, retirada diretamente dos contos de fadas, representa o desejo de muitos casais. No entanto, a realidade dos relacionamentos é tecida com desafios, conflitos e a necessidade constante de adaptação.

 

Mito 1: "Terapia de casal é para relacionamentos que já fracassaram"

Um dos equívocos mais prejudiciais é a ideia de que a terapia é o último recurso, uma admissão de derrota. Na verdade, a decisão de buscar ajuda profissional é um sinal de força, coragem e, acima de tudo, de compromisso com o relacionamento. É um investimento na saúde da relação, assim como cuidamos da nossa saúde física de forma preventiva.

 

Estudos mostram que a terapia de casal tem uma alta taxa de eficácia. Cerca de 70% dos casais relatam efeitos positivos e uma melhora significativa no bem-estar emocional e na satisfação com o relacionamento após o processo terapêutico [1]. Esperar que a crise se agrave para procurar ajuda é como esperar que uma doença atinja um estágio avançado para buscar tratamento.

 

A terapia preventiva permite que os casais desenvolvam ferramentas de comunicação antes que os problemas se tornem crônicos. Muitos casais procuram terapia não porque estão à beira do divórcio, mas porque desejam fortalecer ainda mais sua conexão e aprender a navegar pelos desafios naturais da vida a dois.

 

Mito 2: "O terapeuta vai tomar partido e culpar um de nós"

O receio de ser julgado ou de que o terapeuta forme uma aliança com um dos parceiros é um medo comum. No entanto, o verdadeiro "cliente" na terapia de casal não é o indivíduo, mas a própria relação. O papel do terapeuta é ser um mediador imparcial, um facilitador da comunicação que não busca culpados, mas sim padrões de comportamento disfuncionais que prejudicam a dinâmica do casal.

 

O terapeuta funciona como um "analista dos comportamentos que estão a prejudicar o relacionamento, um mediador preparado para facilitar a comunicação e um 'arquiteto' para propor uma 'reforma' na união" [2]. O objetivo é criar um espaço seguro onde ambos os parceiros se sintam ouvidos e compreendidos.

 

O terapeuta de casal é treinado para manter a neutralidade e trabalhar com o sistema relacional como um todo. Sua função é ajudar o casal a identificar padrões de interação que não estão funcionando e desenvolver novas formas de se relacionar de maneira mais saudável e construtiva.


Mito 3: "Falar sobre os problemas só vai piorar as coisas"

Muitos casais adotam a tática de "varrer os problemas para debaixo do tapete", na esperança de que eles desapareçam com o tempo. Essa evitação, no entanto, geralmente leva ao acúmulo de ressentimentos e a um distanciamento ainda maior. A terapia oferece um ambiente controlado e seguro para abordar os assuntos mais delicados.

 

Falar sobre os problemas com a mediação de um profissional não só não piora a situação, como abre caminho para a resolução. É a oportunidade de transformar conflitos em oportunidades de crescimento e de aprender novas formas de se comunicar e se conectar.

 

O silêncio e a evitação são, na verdade, muito mais destrutivos para um relacionamento do que o diálogo honesto e respeitoso. Na terapia, os casais aprendem técnicas de comunicação não violenta e desenvolvem habilidades para expressar suas necessidades e sentimentos de forma construtiva.

 

Mito 4: "Problemas de casal se resolvem a dois"

O ditado popular "em briga de marido e mulher não se mete a colher" reflete uma mentalidade ultrapassada que pode ser muito prejudicial. Embora a autonomia do casal seja importante, há momentos em que a perspectiva de um terceiro, treinado e imparcial, é fundamental para quebrar ciclos de conflito e encontrar novas soluções.

 

A crescente procura por terapia de casal, que aumentou entre 20% e 30% desde 2020 [3], mostra que essa mentalidade está mudando. Reconhecer que não se tem todas as ferramentas para resolver um problema não é sinal de fraqueza, mas de sabedoria e vontade de construir um futuro melhor para a relação.

 

Assim como procuramos um médico quando temos problemas de saúde física, é natural e saudável procurar um especialista em relacionamentos quando enfrentamos dificuldades emocionais e relacionais. O terapeuta oferece uma perspectiva externa e ferramentas especializadas que o casal pode não possuir.

 

Mito 5: "É muito caro e não temos tempo para isso"

Questões financeiras e de tempo são barreiras práticas, mas que devem ser colocadas em perspectiva. O custo de uma terapia deve ser visto como um investimento na saúde do relacionamento e no bem-estar da família. Frequentemente, o custo financeiro e emocional de uma separação ou de um divórcio é imensuravelmente maior.

 

Hoje, com a popularização da terapia online, as opções se tornaram mais acessíveis e flexíveis, permitindo que os casais encontrem horários compatíveis com suas rotinas. O valor de preservar um vínculo saudável e feliz é inestimável.

 

Além disso, muitos profissionais oferecem diferentes modalidades de atendimento, incluindo sessões quinzenais ou mensais, que podem se adequar melhor ao orçamento e à agenda do casal. O importante é dar o primeiro passo e priorizar a saúde do relacionamento.


Estudos mostram que a terapia de casal tem uma alta taxa de eficácia. Cerca de 70% dos casais relatam efeitos positivos e uma melhora significativa no bem-estar emocional e na satisfação com o relacionamento após o processo terapêutico [1].
Estudos mostram que a terapia de casal tem uma alta taxa de eficácia. Cerca de 70% dos casais relatam efeitos positivos e uma melhora significativa no bem-estar emocional e na satisfação com o relacionamento após o processo terapêutico [1].

Sinais para Observar: Quando Buscar Ajuda?

Como saber se é a hora de procurar ajuda? Aqui estão alguns sinais de que seu relacionamento pode se beneficiar da terapia de casal:

 

Comunicação falha ou inexistente ocorre quando as conversas se transformam em brigas constantes ou há um silêncio que distancia. Os parceiros sentem que não conseguem se expressar sem gerar conflito ou que suas palavras são constantemente mal interpretadas.

 

Falta de intimidade e conexão emocional se manifesta quando os parceiros sentem-se mais como "colegas de quarto" do que como um casal. A proximidade física e emocional diminui gradualmente, criando um distanciamento que parece intransponível.

 

Conflitos persistentes e não resolvidos surgem quando o mesmo problema aparece repetidamente, sem que se chegue a uma solução satisfatória para ambos. Essas questões se tornam fontes constantes de tensão e desgaste.

 

Presença de ressentimento e mágoa indica dificuldade em perdoar e superar questões do passado. Os parceiros carregam feridas emocionais que interferem na capacidade de se conectar no presente.

 

Vida sexual insatisfatória ou inexistente representa uma área onde a falta de desejo ou conexão sexual se tornou uma fonte de frustração e distanciamento para um ou ambos os parceiros.


A terapia de casal oferece um espaço sagrado onde os parceiros podem se redescobrir, aprender novas formas de se amar e construir um futuro mais sólido juntos. É um processo que exige vulnerabilidade, mas que pode transformar completamente a dinâmica de um relacionamento.
A terapia de casal oferece um espaço sagrado onde os parceiros podem se redescobrir, aprender novas formas de se amar e construir um futuro mais sólido juntos. É um processo que exige vulnerabilidade, mas que pode transformar completamente a dinâmica de um relacionamento.

A Coragem de se Reconectar

Como psicóloga e terapeuta integrativa, vejo diariamente em meu consultório a coragem que é necessária para um casal decidir olhar para suas feridas e buscar a cura. Recorrer à terapia não é um atestado de fracasso, mas sim um ato de profundo amor e esperança. É a vontade de reencontrar o caminho um para o outro, mesmo quando a jornada parece difícil.

 

A terapia de casal oferece um espaço sagrado onde os parceiros podem se redescobrir, aprender novas formas de se amar e construir um futuro mais sólido juntos. É um processo que exige vulnerabilidade, mas que pode transformar completamente a dinâmica de um relacionamento.

 

Como leitura complementar, recomendo o livro "A Coragem de Ser Imperfeito", de Brené Brown. Embora não seja especificamente sobre terapia de casal, a obra aborda a importância da vulnerabilidade, da empatia e da conexão, pilares fundamentais para qualquer relacionamento saudável.


O filme Um Divã Para Dois (Hope Springs, 2012) retrata com sensibilidade e profundidade a jornada de um casal que, após 30 anos de casamento, se vê imerso na rotina e no distanciamento emocional. A decisão de Kay de buscar uma terapia intensiva, mesmo diante da resistência de Arnold, revela o poder transformador da vulnerabilidade e da disposição em lutar pelo amor que um dia os uniu. A narrativa nos lembra que nunca é tarde para reacender a chama e que a busca por ajuda pode ser o início de uma nova fase — mais consciente, mais conectada, mais verdadeira.


Se essa história ressoou com você, convido à leitura do artigo Um Divã Para Dois: Redescobrindo a Intimidade. Nele, aprofundo as camadas psicológicas presentes no filme e compartilho reflexões sobre os desafios dos relacionamentos de longa duração, além de sinais práticos que indicam quando é hora de buscar apoio terapêutico. A jornada de cura começa com o primeiro passo — e esse pode ser o seu.

 

Um abraço, Silvia Rocha


Silvia Rocha é psicóloga (CRP 06/182727), terapeuta integrativa e hipnoterapeuta master
Silvia Rocha é psicóloga (CRP 06/182727), terapeuta integrativa e hipnoterapeuta master


Silvia Rocha é psicóloga (CRP 06/182727), terapeuta integrativa e hipnoterapeuta master, com graduação em Psicologia em 2005. Fundadora do Espaço Vida Integral, atua com foco no bem-estar emocional, crescimento pessoal e fortalecimento de relacionamentos, oferecendo terapias individuais, de casal, sistêmicas e familiares.

 






Possui cursos e formações em Psicoterapia Breve e Focal, Psicotrauma, Psicologia de Emergências e Desastres, Doenças Psicossomáticas, Psicanálise, Coaching, Psicologia Transpessoal, Terapias Quânticas/Holísticas, Constelação Sistêmica Familiar e Apometria Clínica Avançada. Com mais de 30 anos de experiência na área corporativa, MBA em Gestão Empresarial pela FGV/RJ e Pós-Graduação em Negócios pela FAAP/SP, Silvia também realiza Coaching Pessoal.

 

Contato:

Instagram e Facebook: @silviarocha.terapeuta

WhatsApp: (12) 98182-2495

   

Referências Bibliográficas

[1] Academia do Psicólogo. (2024). Ciência Psicológica e Relacionamentos: Estratégias para a Terapia de Casal. https://academiadopsicologo.com.br/areas-de-atuacao/ciencia-psicologica-e-relacionamentos-estrategias-para-a-terapia-de-casal/ 

[2] Castelo Branco, C. (2017). Medos e mitos na terapia de casal. Oficina de Psicologia. https://oficinadepsicologia.com/medos-e-mitos-na-terapia-de-casal/ 

[3] Sou Catarina. (2024). Aumento da procura por terapia de casal reflete desafios dos relacionamentos modernos. https://www.soucatarina.com.br/noticias/4324-aumento-da-procura-por-terapia-de-casal-reflete-desafios-dos-relacionamentos-modernos

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