Sono e Trauma: Interfaces entre Corpo, Alma e Sociedade
- Silvia Rocha

 - 24 de set.
 - 12 min de leitura
 
Por: Silvia Rocha
O sono, em sua essência, representa um dos pilares mais importantes da saúde integral, um santuário biológico e psíquico onde o corpo se refaz e a mente processa as experiências do dia. No entanto, para um número crescente de indivíduos, esse refúgio noturno se transforma em um campo de batalha. A tranquilidade é substituída pela hipervigilância, e o descanso, pela exaustão. Essa perturbação profunda é frequentemente a assinatura de um invasor silencioso: o psicotrauma.
Experiências traumáticas, sejam elas agudas ou crônicas, têm o poder de desorganizar a arquitetura do sono, manifestando-se em transtornos como insônia, pesadelos recorrentes e sono fragmentado. Compreender essa complexa correlação exige uma abordagem que transcenda a visão puramente sintomática. Este artigo propõe uma análise multidimensional da intrincada teia que conecta a psicologia do sono aos psicotraumas, integrando saberes da psicanálise, da biologia, da psiquiatria e da sociologia para iluminar como as feridas da alma ecoam no silêncio da noite.

A Perspectiva Psicanalítica: Quando o Inconsciente Grita no Silêncio
A psicanálise oferece uma lente poderosa para compreender por que o sono se torna o palco privilegiado para a manifestação do trauma. Sigmund Freud, em sua obra, inicialmente postulou que os sonhos seriam a realização de desejos reprimidos. Contudo, ao se deparar com os sonhos repetitivos dos soldados traumatizados na Primeira Guerra Mundial, ele foi forçado a rever sua teoria. Em "Além do Princípio do Prazer", Freud introduz a compulsão à repetição, um mecanismo psíquico que busca dominar e elaborar uma experiência avassaladora que não pôde ser processada no momento em que ocorreu. Os sonhos traumáticos, portanto, não servem ao prazer, mas a uma tentativa desesperada do aparelho psíquico de "digerir" o excesso, de transformar a passividade da vítima em uma forma de controle ativo, análogo ao famoso jogo do carretel, onde a criança elabora a ausência da mãe ao dominar ativamente o aparecer e desaparecer do objeto [1].
Carl Gustav Jung expande essa visão ao introduzir o conceito de inconsciente coletivo. Para Jung, os pesadelos podem não apenas expressar traumas pessoais, mas também acessar arquétipos universais de sofrimento e perigo, conferindo uma dimensão mítica à dor individual. Já Wilfred Bion, com seu modelo de "continente-contido", nos ajuda a entender como a falha na função de acolhimento e transformação das angústias primitivas por parte da figura materna (o continente) pode deixar o indivíduo sem ferramentas para processar experiências futuras, incluindo o trauma. O sono, nesse contexto, se torna um espaço onde esses conteúdos não "digeridos" emergem de forma bruta, sem a mediação simbólica que os tornaria suportáveis. De que forma, então, os sonhos atuam como guardiões ou delatores de nossas feridas mais profundas?
A Biologia do Medo: Como o Trauma Reconfigura o Cérebro para Dormir
Se a psicanálise nos mostra o "porquê" da perturbação, a neurociência e a biologia nos revelam o "como". O trauma não é apenas uma memória dolorosa; é um evento que reconfigura o sistema nervoso, deixando-o em um estado crônico de alerta. Pesquisas demonstram que experiências traumáticas, especialmente na infância, têm uma relação de "dose-resposta" com a deterioração da saúde do sono na vida adulta [2]. O cérebro de um indivíduo traumatizado opera sob a tirania do sistema de defesa. A amígdala, nosso "detector de fumaça" cerebral, torna-se hiperativa, disparando alarmes de perigo mesmo na ausência de uma ameaça real. Simultaneamente, o hipocampo, crucial para a contextualização de memórias e regulação do estresse, pode ter seu volume e funcionamento reduzidos, dificultando a distinção entre o passado (o trauma) e o presente (a segurança do quarto de dormir) [3].
Esse estado de hipervigilância é mantido por um fluxo constante de hormônios do estresse, como o cortisol. Em um organismo saudável, os níveis de cortisol atingem seu pico pela manhã para nos despertar e diminuem ao longo do dia, atingindo o nível mais baixo à noite para permitir o sono. Em indivíduos com Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), esse ritmo é frequentemente desregulado. O corpo se recusa a "desligar", resultando em insônia inicial (dificuldade para adormecer), despertares frequentes e um sono superficial e não reparador. As alterações funcionais estendem-se a regiões que controlam o sono REM, fase em que ocorrem os sonhos mais vívidos, o que pode explicar a intensidade e a frequência dos pesadelos [3]. O corpo, em sua sabedoria, tenta se proteger, mas acaba aprisionado em um ciclo de medo que impede a própria cura que o sono deveria proporcionar.

A Sociedade do Desempenho e a Medicalização do Sofrimento
O sofrimento psíquico, especialmente quando perturba a capacidade produtiva, encontra pouco espaço na sociedade contemporânea. A lógica do desempenho e da otimização contínua transforma o sono em mais uma tarefa a ser executada com eficiência. Nesse contexto, a insônia e os pesadelos não são vistos como um chamado da alma para a elaboração de uma dor, mas como uma falha de sistema que precisa ser corrigida rapidamente. É aqui que floresce o fenômeno da medicalização: a transformação de problemas existenciais e sociais em diagnósticos médicos que demandam uma solução farmacológica [4].
O filósofo Michel Foucault descreveu esse mecanismo como parte do "biopoder", um poder que não reprime, mas gere e controla a vida dos corpos para maximizar sua utilidade. Ao definir o que é um sono "normal" e tornar patológicos os desvios, a medicina moderna, muitas vezes sem intenção, torna-se um agente de controle social. O indivíduo que não dorme bem é um corpo não produtivo, uma engrenagem defeituosa na máquina social. A solução mais rápida é a prescrição de um hipnótico, que silencia o sintoma sem, no entanto, tocar em sua causa. Essa abordagem é duramente criticada por figuras como Marcia Angell, ex-editora do New England Journal of Medicine, que denuncia como a indústria farmacêutica lucra com a expansão de diagnósticos, vendendo não apenas curas, mas as próprias doenças. Ao tratar a insônia traumática como um simples desequilíbrio químico, ignora-se a história do sujeito e perpetua-se um ciclo de dependência que mascara o sofrimento real, tornando o indivíduo funcional, mas não necessariamente curado.
A Realidade em Outras Sociedades: Estados Unidos e Espanha
A relação intrínseca entre sono e trauma não é um fenômeno isolado, mas uma realidade global que se manifesta com nuances distintas em diferentes contextos socioculturais. A análise de dados de regiões como os Estados Unidos e a Espanha oferece uma perspectiva valiosa sobre como fatores ambientais, culturais e históricos podem moldar a prevalência e a expressão desses desafios.
Estados Unidos: A Complexa Intersecção entre Trauma e Distúrbios do Sono
Nos Estados Unidos, a ligação entre trauma e distúrbios do sono é uma área de intensa pesquisa e preocupação de saúde pública. A insônia é a queixa de sono mais comum após a exposição a traumas e em indivíduos diagnosticados com Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) [15, 16]. Estudos indicam que uma alta porcentagem de pacientes com insônia relata ter vivenciado pelo menos um evento traumático, com uma prevalência significativa de sintomas de TEPT [17].
Entre veteranos militares dos EUA, a prevalência de insônia é particularmente alta, com mais de 93% dos veteranos com TEPT também apresentando transtorno de insônia [18]. Além disso, 60% dos pacientes com pesadelos relacionados ao trauma em militares dos EUA apresentaram aumento da latência do sono [19]. A exposição a eventos traumáticos na infância tem sido associada a distúrbios do sono e comportamentais ao longo da vida, incluindo fragmentação do sono não-REM [20]. Profissionais de primeira resposta, que enfrentam altas taxas de exposição a traumas ocupacionais (cerca de 80%), também apresentam distúrbios do sono frequentes [21]. A prevalência de TEPT na população geral dos EUA varia, mas estudos sistemáticos apontam para uma prevalência de 6,7% em veteranos masculinos e 11,7% em veteranas femininas, com uma prevalência ao longo da vida de 6,6% na população geral [7, 22]. Esses dados ressaltam a necessidade de intervenções que abordem o sono como um fator modificável crucial na saúde mental de indivíduos traumatizados.
Espanha: A Cultura da Soneca e os Padrões de Sono
Na Espanha, a cultura da soneca, ou "siesta", é um elemento tradicionalmente associado aos padrões de sono, embora sua prática tenha evoluído ao longo do tempo. Historicamente, a siesta era uma pausa para descanso durante as horas mais quentes do dia, permitindo que os trabalhadores recuperassem energia antes de retomar suas atividades. No entanto, pesquisas recentes mostram que a realidade da siesta moderna difere do estereótipo. De acordo com um levantamento de 2016, aproximadamente 58% dos espanhóis nunca tiram uma soneca, enquanto apenas 18% o fazem ocasionalmente [23, 24]. Um estudo de 2022 do Instituto Nacional de Estatística da Espanha corrobora esses dados, indicando que apenas cerca de 18% dos espanhóis ainda tiram sonecas no meio do dia [25].
Apesar da diminuição da prática diária da siesta, a cultura do sono na Espanha ainda se caracteriza por horários noturnos mais tardios em comparação com outros países europeus, com jantares e atividades sociais estendendo-se até mais tarde [26]. A siesta, quando praticada, especialmente em durações curtas (menos de 30 minutos), tem sido associada a benefícios como aumento do estado de alerta, melhora da função cognitiva, humor e redução do estresse [27, 28]. Contudo, a prevalência de insônia crônica na Espanha tem aumentado, mais que dobrando em 20 anos, com um crescimento de quase 47% [11]. Atualmente, a insônia afeta cerca de 10% da população adulta geral, chegando a 14% em algumas regiões [12, 13]. Embora a siesta possa oferecer benefícios pontuais, a mudança nos estilos de vida e a pressão da sociedade moderna parecem estar impactando os padrões de sono da população espanhola de forma mais ampla, levando a um aumento nos distúrbios do sono.
Sinais para Observar: Quando o Trauma se Manifesta no Travesseiro
A teoria ganha vida quando observamos seus reflexos no cotidiano. A seguir, alguns sinais práticos que podem indicar como uma experiência traumática está impactando a qualidade do sono, servindo como um convite à auto-observação e à busca por ajuda qualificada:
1 Insônia Refratária: Dificuldade persistente para iniciar ou manter o sono, que parece não responder a tratamentos convencionais ou mudanças de hábitos. Frequentemente, a pessoa se sente exausta, mas o cérebro se recusa a "desligar".
2 Pesadelos Recorrentes ou Temáticos: Sonhos angustiantes que se repetem com o mesmo enredo ou com temas de perseguição, paralisia, quedas ou revivendo diretamente o evento traumático. Eles não são apenas sonhos ruins, mas experiências que geram medo e angústia ao despertar.
3 Hipersensibilidade Noturna: Acordar sobressaltado com qualquer ruído, sentindo o coração acelerado e uma sensação de perigo iminente. O quarto, em vez de um refúgio, é percebido como um ambiente hostil.
4 Cansaço Crônico Apesar de Dormir: Acordar com a sensação de não ter descansado, como se o corpo tivesse travado uma batalha durante a noite. Isso ocorre porque, mesmo durante o sono, o sistema nervoso permanece em estado de alerta.
5 Medo ou Ansiedade ao Anoitecer: Um sentimento crescente de angústia, pavor ou uma tristeza inexplicável que surge conforme a hora de dormir se aproxima, transformando o ato de ir para a cama em um momento de grande sofrimento.

Ressignificando a Noite, Reintegrando a Vida
A jornada através das múltiplas dimensões do sono e do trauma revela que um transtorno do sono raramente é apenas um problema técnico a ser consertado. É, na maioria das vezes, um pedido de ajuda da psique, um eco de dores não processadas que encontram na quietude da noite um espaço para se manifestar.
A abordagem multidisciplinar nos permite ver que a insônia de um paciente pode ser, ao mesmo tempo, uma compulsão à repetição (psicanálise), uma desregulação do eixo HPA (biologia) e um sintoma de uma sociedade que valoriza a produtividade acima do bem-estar (sociologia). Ignorar qualquer uma dessas facetas é oferecer uma solução incompleta.
O tratamento eficaz, portanto, não pode se limitar a "fazer o paciente dormir". Ele deve visar a devolução do caráter sagrado e seguro da noite, transformando-a de um campo de batalha em um espaço de elaboração, descanso e reintegração. Isso exige uma escuta qualificada, que possa ouvir o que o sintoma está dizendo, e uma abordagem terapêutica integrativa que cuide do corpo, da mente e da história do indivíduo.
Sugestão de Filme: "Insônia" (2002), de Christopher Nolan. Este thriller psicológico acompanha um detetive que investiga um assassinato no Alasca, onde o sol nunca se põe. A privação de sono e a culpa por um erro cometido o levam a um estado de delírio progressivo. O filme é uma exploração magistral da deterioração psíquica causada pela insônia, mostrando como a culpa pode se tornar um trauma que impede o descanso e distorce a percepção da realidade. É uma representação cinematográfica perfeita dos aspectos psicanalíticos e neurobiológicos discutidos neste artigo.
Para aprofundar ainda mais o entendimento sobre o tema e explorar os mecanismos de defesa envolvidos na repressão do trauma, recomendo a leitura do artigo "Análise do Filme 'Insônia': Um Mergulho Psicológico na Culpa e no Trauma". O texto apresenta uma abordagem reflexiva sobre como erguemos barreiras psíquicas para enfrentar o sofrimento, relacionando o enredo do filme a conceitos essenciais da psicanálise.
Um abraço, Silvia Rocha

Silvia Rocha é psicóloga (CRP 06/182727), terapeuta integrativa e hipnoterapeuta master, graduada em Psicologia em 2005. Fundadora do Espaço Vida Integral, atua com foco no bem-estar emocional, crescimento pessoal e desenvolvimento de potenciais, utilizando uma abordagem que integra ciência, arte e espiritualidade.
Possui formações em Psicoterapia Breve e Focal, Psicotrauma, Psicologia de Emergências e Desastres, Doenças Psicossomáticas, Psicanálise, Coaching, Psicologia Transpessoal, Terapias Quânticas/Holísticas, Constelação Sistêmica Familiar e Apometria Clínica Avançada. Com mais de 30 anos de experiência na área corporativa, MBA pela FGV/RJ e Pós-Graduação pela FAAP/SP.
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