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Filme "Shine - Brilhante": A Função Paterna, Entre o Amparo e a Opressão

Atualizado: 21 de out.

Por: Silvia Rocha 

"Onde o amor é excessivo, o ódio está por perto." — Carl Jung 

Mais do que uma presença biológica, a função paterna exerce papel decisivo na formação da subjetividade. É ela que insere o indivíduo na ordem simbólica e o conecta à realidade externa. No entanto, quando esse cuidado se transforma em controle excessivo — muitas vezes mascarado como proteção — os efeitos podem ser profundos e prejudiciais, gerando sofrimento psíquico e bloqueando o desenvolvimento pleno do sujeito.

Este artigo se debruça sobre os limites e distorções da função paterna, com foco especial no autoritarismo afetivo. A análise parte de uma abordagem psicodinâmica e psicanalítica, articulando teoria e prática clínica. Como estudo de caso, será explorado o filme Shine – Brilhante (1996), que retrata a relação intensa e opressiva entre o pianista David Helfgott e seu pai, Peter Helfgott — um retrato emblemático dos impactos que a função paterna, quando desvirtuada, pode causar na constituição do eu e na capacidade de desejar. 


o filme Shine – O Brilhante (1996), que retrata a relação intensa e opressiva entre o pianista David Helfgott e seu pai, Peter Helfgott — um retrato emblemático dos impactos que a função paterna, quando desvirtuada, pode causar na constituição do eu e na capacidade de desejar.
O filme Shine – Brilhante (1996) retrata a relação intensa e opressiva entre o pianista David Helfgott e seu pai, Peter Helfgott. Foto: Peter e seu pai, David. Fonte: Universidade de Lisboa [12]

O Papel Estruturante da Função Paterna: Entre a Lei e o Desejo

A função paterna é um conceito multifacetado que se estende para além da figura do pai biológico, representando a instância que introduz a lei, a interdição e a separação na díade mãe-bebê. Essa introdução é crucial para a diferenciação do sujeito e sua inserção no mundo social e cultural. Segundo Jacques Lacan, a função paterna, mediada pelo "Nome-do-Pai", opera como um significante que barra o desejo materno onipotente, permitindo que a criança acesse a ordem simbólica e construa sua própria identidade [1].

É através dessa interdição que o sujeito é confrontado com a falta e, consequentemente, com a possibilidade de desejar e buscar sua própria realização fora da fusão primordial. A autoridade paterna, quando exercida de forma saudável, oferece limites que, paradoxalmente, libertam, ao demarcar o espaço para a autonomia e a individuação. 

Quando o Cuidado se Transforma em Controle: A Sombra do Autoritarismo Afetivo

O cuidado parental, essencial para o desenvolvimento infantil, pode, em certas circunstâncias, desvirtuar-se em uma forma de controle que sufoca a emergência da subjetividade. O autoritarismo afetivo, muitas vezes justificado pela máxima "é para o seu bem", impede que o filho explore seus próprios desejos, cometa erros e construa sua singularidade.

Donald Winnicott, ao postular o conceito de "mãe suficientemente boa", também nos convida a refletir sobre o "ambiente suficientemente bom" que o pai deve prover [2]. Este ambiente facilitador é aquele que permite ao filho experienciar a ilusão de onipotência, mas também a frustração necessária para o amadurecimento, sem que a figura paterna se torne uma barreira intransponível ao desenvolvimento do self verdadeiro.

Quando o pai, movido por suas próprias carências, medos ou ambições não realizadas, projeta no filho seus desejos e expectativas, o cuidado se torna uma armadilha, gerando uma ambivalência afetiva que marca profundamente a psique do indivíduo. 


Quando o pai, movido por suas próprias carências, medos ou ambições não realizadas, projeta no filho seus desejos e expectativas, o cuidado se torna uma armadilha, gerando uma ambivalência afetiva que marca profundamente a psique do indivíduo.
Quando o pai, movido por suas próprias carências, medos ou ambições não realizadas, projeta no filho seus desejos e expectativas, o cuidado se torna uma armadilha, gerando uma ambivalência afetiva que marca profundamente a psique do indivíduo.

A Importância dos Limites Saudáveis na Educação Emocional

Estabelecer limites é uma das tarefas mais desafiadoras e cruciais da parentalidade. Limites saudáveis não são sinônimo de restrição arbitrária, mas sim de balizas que orientam o desenvolvimento, oferecendo segurança e estrutura. Eles permitem que a criança internalize regras sociais, desenvolva a capacidade de lidar com a frustração e compreenda as consequências de suas ações. A ausência de limites pode levar à desorganização psíquica, enquanto o excesso de controle, por outro lado, pode gerar submissão, dependência e uma profunda dificuldade em expressar a própria vontade.

A educação emocional, nesse contexto, envolve a capacidade dos pais de reconhecer e validar as emoções dos filhos, ensinando-os a manejá-las de forma construtiva, sem impor uma rigidez que anule a espontaneidade e a criatividade. A figura paterna, ao oferecer um modelo de autoridade firme, mas flexível, contribui para a formação de um indivíduo capaz de navegar entre o desejo e a realidade, sem se perder em um ou outro extremo.

 

Ambivalência Afetiva e Suas Marcas Psíquicas: O Trauma Relacional

A ambivalência afetiva, caracterizada pela coexistência de sentimentos contraditórios de amor e ódio em relação a uma mesma pessoa, é uma marca comum em relações onde o controle parental é exercido de forma excessiva. O filho, aprisionado entre o desejo de agradar e a necessidade de se individualizar, experimenta um conflito interno que pode levar a sérias patologias psíquicas.

Sandor Ferenczi, com sua teoria do trauma relacional, oferece uma lente valiosa para compreender esses fenômenos [5]. Ele argumenta que traumas não são apenas eventos isolados, mas experiências relacionais repetitivas que distorcem a percepção da realidade e a capacidade de simbolização do indivíduo. No caso de David Helfgott, a constante repressão e a tirania do pai configuram um trauma relacional contínuo, onde a criança é forçada a se adaptar a uma realidade imposta pelo agressor, resultando em fragmentação psíquica e dissociação. 

Os sinais de alerta para essa dinâmica incluem frases como "É para o seu bem" usadas como justificativa para controle, a dificuldade do filho em expressar desejos próprios, o medo excessivo de desapontar o pai, reações de culpa ou submissão diante de figuras de autoridade, e o rompimento emocional seguido de isolamento ou sintomas dissociativos. Essas manifestações são ecos de um ambiente onde a ambivalência afetiva se tornou a norma, impedindo a construção de um self coeso e autêntico.

O filme Shine – O Brilhante (1996), dirigido por Scott Hicks, oferece um estudo contundente sobre os efeitos destrutivos de uma função paterna exercida com excesso de controle.
O filme Shine – Brilhante (1996), dirigido por Scott Hicks, oferece um estudo contundente sobre os efeitos destrutivos de uma função paterna exercida com excesso de controle.

Estudo de Caso: David Helfgott e a Imagem do Pai Devorador no filme Shine – Brilhante

O filme Shine – Brilhante (1996), dirigido por Scott Hicks, oferece um estudo contundente sobre os efeitos destrutivos de uma função paterna exercida com excesso de controle. Baseado na história real do pianista australiano David Helfgott, o longa revela como a genialidade pode se entrelaçar com o trauma, especialmente quando a figura paterna assume um papel dominador e sufocante.

Peter Helfgott, pai de David, é retratado como um homem rígido, marcado por uma visão de mundo em que apenas os fortes sobrevivem. Sua frase emblemática — “Neste mundo, apenas os fortes sobrevivem. Os fracos são esmagados como insetos” [13] — sintetiza a atmosfera de medo e autoritarismo que permeia sua relação com o filho.

Desde a infância, David é impedido de ter aulas formais de piano. A genialidade do menino, longe de ser celebrada, é vista como ameaça. Peter, tomado por uma inveja disfarçada de zelo, sabota oportunidades decisivas. Um dos momentos mais marcantes ocorre quando ele queima a carta de aceitação para David estudar nos Estados Unidos, alegando que a partida “destruiria a família” [14].

Esse controle sufocante impede David de desenvolver autonomia e separação psíquica. Os efeitos são visíveis: dificuldade em expressar desejos próprios, medo de desapontar o pai, culpa e submissão. Após o concerto de Rachmaninoff, David sofre um colapso psicótico — uma ruptura subjetiva que escancara o peso da pressão paterna. A cena em que ele defeca na banheira, seguida por uma agressão física de Peter, ilustra a violência simbólica e concreta que permeava a relação [15].

O filme, portanto, não apenas narra a trajetória de um gênio musical, mas expõe as cicatrizes emocionais deixadas por uma função paterna que falhou em oferecer um ambiente suficientemente bom, transformando o cuidado em opressão.


Hipótese Interpretativa: O Pai como Sobrevivente e a Função Protetora que se Transforma em Domínio

É possível supor que Peter Helfgott tenha vivido um conflito entre o amor genuíno e o medo paralisante. A genialidade de David, ao invés de ser acolhida, pode ter sido percebida como uma força desestabilizadora — algo que ameaçava a coesão familiar e a autoridade paterna. A sabotagem de oportunidades, como o convite para estudar nos Estados Unidos, talvez revele não apenas um desejo de controle, mas também uma dificuldade profunda de lidar com a separação e com a autonomia do filho. Nesse contexto, Peter poderia estar projetando em David suas próprias ambições frustradas e traumas não elaborados, tratando-o como uma extensão de si mesmo.

Assim, a imagem do “pai devorador” pode ser interpretada não apenas como tirania, mas como expressão de um sofrimento transgeracional. A tentativa de proteger o filho de um mundo percebido como ameaçador — marcado por perdas e violência histórica — pode ter se transformado em uma dinâmica de dominação emocional. Shine – Brilhante, nesse sentido, não apenas denuncia os efeitos de uma função paterna falha, mas também sugere, ainda que indiretamente, a complexidade psíquica de um pai que, ao tentar evitar a dor, acaba por reproduzi-la.


Nota:  

(1) A mãe de David Helfgott, Rachel Helfgott, teve uma presença discreta e reprimida na vida do filho, marcada pela forte dominação do marido, Peter. Pouco se sabe sobre sua história pessoal, mas relatos indicam que ela foi silenciada dentro de uma estrutura familiar autoritária.

(2) David Helfgott não teve filhos biológicos. Sua primeira esposa, Claire Papp, tinha quatro filhos de um relacionamento anterior, mas não há registros de David como pai biológico ou adotivo.


Linha do tempo de David Helfgott [13]

  • 1947 (0 anos) – Nascimento de David Helfgott, em Melbourne, Austrália.

  • 1954 (7 anos) – David demonstra talento precoce para o piano. Peter, seu pai, começa a controlar rigidamente sua formação musical.

  • 1958 (11 anos) – David vence competições locais e chama atenção de professores renomados. Peter impede que ele tenha aulas formais fora de casa.

  • 1960 (13 anos) – David recebe convite para estudar nos Estados Unidos. Peter queima a carta de aceitação, alegando que a partida “destruiria a família”.

  • 1965 (18 anos) – David vai estudar no Royal College of Music, em Londres, após conseguir se afastar do controle paterno.

  • 1966 (19 anos) – Após executar o Concerto nº 3 de Rachmaninoff, David sofre um colapso psicótico. Inicia-se um longo período de internações e tratamento psiquiátrico.

  • 1975 (28 anos) – Morte de Peter Helfgott, pai de David. O falecimento marca simbolicamente o fim de uma era de controle familiar, embora David já estivesse afastado há anos.

  • 1984 (37 anos) – David casa-se com Gillian Murray, astróloga australiana que se torna sua principal apoiadora e responsável por sua reintegração à vida pública e artística.

  • Década de 1980 (entre 33 e 42 anos) – David retorna gradualmente à música, com apoio de Gillian, amigos e terapeutas. Passa a se apresentar em eventos locais e ganha notoriedade.

  • 1996 (49 anos) – Lançamento do filme Shine, que retrata sua trajetória. David volta aos palcos e conquista reconhecimento internacional.

  • 2022 (75 anos) – Falecimento de Gillian Helfgott, aos 90 anos, após uma breve doença. Sua morte representa uma grande perda pessoal e profissional para David.

  • 2025 (78 anos) – David vive em Happy Valley, Austrália. Após a morte de Gillian, continua realizando apresentações de piano em sua casa, chamada “Paraíso”, e permanece como figura respeitada no cenário musical.

    David vive em Happy Valley, Austrália. Após a morte de Gillian, continua realizando apresentações de piano em sua casa, chamada “Paraíso”, e permanece como figura respeitada no cenário musical. Foto: David e Gillian - Divulgação
David vive em Happy Valley, Austrália. Após a morte de Gillian, continua realizando apresentações de piano em sua casa, chamada “Paraíso”, e permanece como figura respeitada no cenário musical. Foto: David e Gillian - Divulgação

A Função Paterna como Ponte entre o Desejo e a Realidade

Querido leitor, querida leitora,

Ao longo deste texto, navegamos pelas delicadas águas da função paterna e seu papel essencial na formação da subjetividade. Quando bem exercida, essa função atua como uma ponte entre o desejo infantil e a realidade externa, permitindo que o sujeito transite de forma saudável entre o mundo interno e o social. Essa ponte é feita de interdição e lei — não para reprimir, mas para orientar. O pai que reconhece o desejo do filho e o direciona com empatia ajuda a construir caminhos possíveis e socialmente viáveis. Já o excesso de controle ou a ausência de afeto podem distorcer esse desejo, gerando desconexão com a realidade e sofrimento psíquico.

Estudos mostram que o envolvimento paterno está diretamente ligado ao desenvolvimento emocional, cognitivo e social da criança. Pais afetivamente disponíveis contribuem para menor incidência de problemas comportamentais e maior capacidade de autorregulação emocional [8]. Relações pautadas em afeto, autonomia e limites claros funcionam como fatores protetivos para o crescimento saudável [9].

Por outro lado, a ausência ou negligência da figura paterna está associada a maior vulnerabilidade emocional e risco de comportamentos prejudiciais na adolescência [10]. A internalização de uma função paterna que oferece suporte e limites consistentes é fundamental para a construção de uma identidade sólida e para lidar com frustrações e desafios da vida adulta [11].

Sonhar, criar e se relacionar de forma saudável depende, em grande parte, da presença simbólica de um pai que nutre, e não devora. Quando essa função é bem desempenhada, favorece o equilíbrio entre desejo e realidade, promovendo maturidade psíquica e inserção social. A história de David Helfgott, retratada com sensibilidade no filme Shine – O Brilhante, nos lembra que a autoridade paterna, quando desprovida de empatia, pode deixar marcas profundas [6]. Que possamos, como profissionais, educadores e pais, refletir sobre a importância de oferecer limites que protejam sem sufocar, abrindo espaço para o florescimento da autonomia.

Para aprofundar essa reflexão, recomendo que revisite o filme Shine – O Brilhante (1996) [6], e leia o artigo “Musicoterapia: Caminhos para a Integração Psíquica”, que aprofunda os aspectos terapêuticos da música na reconstrução psíquica.

Com carinho, Silvia Rocha


Silvia Rocha é Psicóloga (CRP 06/182727), Terapeuta Integrativa e Hipnoterapeuta Master.
Silvia Rocha é Psicóloga (CRP 06/182727), Terapeuta Integrativa e Hipnoterapeuta Master.

Silvia Rocha é Psicóloga (CRP 06/182727), Terapeuta Integrativa e Hipnoterapeuta Master. Formada em Psicologia em 2005, Silvia reúne uma ampla gama de especializações que refletem sua busca incansável por conhecimento e transformação: Hipnose Clínica, Psicoterapia Breve e Focal, Psicotrauma, Psicologia do Idoso, Psicologia do Luto, Doenças Psicossomáticas, Psicanálise, Psicologia Transpessoal, Escrita Terapêutica, Terapias Quânticas e Holísticas, Constelação Sistêmica Familiar, Apometria Clínica, Coaching.



Sua experiência de mais de 30 anos na área corporativa, somada ao MBA em Gestão Empresarial pela FGV/RJ e à Pós-Graduação em Negócios pela FAAP/SP, fortalece sua atuação como Coach Pessoal, integrando saberes da psicologia e da gestão para apoiar pessoas em seus processos de mudança, propósito e realização. Além disso, é escritora no Blog do Espaço Vida Integral, onde compartilha artigos, reflexões e conteúdos educativos voltados ao autoconhecimento, à espiritualidade e às práticas terapêuticas.


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Instagram e Facebook: silviarocha.terapeuta

WhatsApp: (12) 98182-2495

 

Referências Bibliográficas e Cinematográficas

[1] Lacan, J. (1999). Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.

[2] Winnicott, D. W. (1971).Playing and Reality. London: Tavistock Publications.

[3] IMDb. (n.d.).Shine (1996) - Quotes. Recuperado de https://www.imdb.com/title/tt0117631/quotes/

[4] Boechat, W. (2018). Shine: O Brilho Excessivo e o Pai Devorador. Instituto Junguiano RJ. Recuperado de https://institutojunguianorj.org.br/shine-o-brilho-excessivo-e-o-pai-devorador/

[5] Ferenczi, S. (1932). Confusão de Línguas entre o Adulto e a Criança. In: Obras Completas, Vol. IV. São Paulo: Martins Fontes.

[6] Hicks, S. (Diretor). (1996).Shine – O Brilhante[Filme]. Fine Line Features.

[7] Miller, A. (1979).O Drama da Criança Bem Dotada. São Paulo: Summus Editorial.

[8] DUARTE, Maria Milleni Felix et al. Importância da figura paterna no desenvolvimento infantil: revisão integrativa. Revista Rease, v. 10, n. 5, 2024. Disponível em: https://periodicorease.pro.br/rease/article/download/14020/7128/29898. . Acesso em: 8 out. 2025.

[9] GONÇALVES, Bruna Cardoso. O pai e sua influência no desenvolvimento infantil: uma revisão da literatura. Universidade La Salle, 2022. Disponível em: https://bing.com/search?q=estat%C3%ADsticas+cient%C3%ADficas+sobre+fun%C3%A7%C3%A3o+paterna+no+desenvolvimento+psicol%C3%B3gico+infantil. . Acesso em: 8 out. 2025.

[10] SCIELO BRASIL. Influências paternas no desenvolvimento infantil: revisão da literatura. Psicologia Escolar e Educacional, v. 9, n. 2, 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pee/a/CyCf8rsc7nGhV6jyDWZgVXt/?format=html. . Acesso em: 8 out. 2025.

[11] CAMPEOL, Fernanda; CREPALDI, Maria Auxiliadora. A função paterna e o desenvolvimento emocional da criança. Psicologia: Teoria e Prática, v. 20, n. 2, 2018.

[12] MARTINS, O. M. Biografia de David Helfgott. Webpages Ciências – Universidade de Lisboa. Disponível em: https://webpages.ciencias.ulisboa.pt/~ommartins/cinema/dossier/shine/biografia.htm. Acesso em: 09 out. 2025.

[13]: MURRAY, Gillian. Love You to Bits and Pieces: Life with David Helfgott. Sydney: Penguin Books, 1996.

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