top of page


O Gosto Doce da Lágrima
Hoje acordei com gosto de lágrima na boca. Era doce. Como se o afeto tivesse dormido comigo e deixado um rastro nos lábios. O sol entrou pela fresta da janela como quem pede licença. Me levantei devagar, com o corpo pedindo desculpas por existir. A pele arde, os pés doem, e o espelho já não me reconhece. Mas ainda sou eu. Ou o que sobrou de mim.
A Ilha da Ternura Esquecida me conhece. No começo, eu só passava. Depois, comecei a ficar. Hoje, sou parte da paisagem.

Silvia Rocha
4 de out.3 min de leitura
bottom of page

